Lucas Veiga

Lucas Veiga
Foto: descolonizando.com

Psicologia para o povo preto

Quando estamos na graduação e os primeiros semestres nos perguntam sobre os motivos que nos fizeram escolher a psicologia, muitos de nossos colegas respondem “ a psicologia é quem me escolheu”.

Gosto de dizer porém, que a necessidade é quem nos escolhe.

Lucas Motta Veiga, é psicólogo, graduado pela universidade Federal Fluminense UFF e Mestre em psicologia pela mesma. Em 2015 começou a trabalhar na Casa Viva Bangu na cidade do Rio de Janeiro, percebeu nessa época o quanto a psicologia em nosso país ainda é muito branca. E foi a necessidade de melhor acolher aos jovens da Casa, que fez com que Lucas buscasse por outros psicólogxs negros bem como, passasse a pesquisar sobre o assunto, até se deparar com a Black Psychology (Psicologia Preta). E foi assim que Lucas criou o curso Introdução a Psicologia Preta.

Você conhece Virginia Bicudo? Wade Nobles? Naim Akbar já ouviu falar em algum desses nomes na sua faculdade? Pois bem, é disso que Lucas fala, de profissionais que não são citados, de pessoas que não são representadas.

Não é fácil ser negro no Brasil, na verdade não tem sido fácil em lugar nenhum. Quem busca por terapia sabe, que o atendimento psicológico é a busca por um lugar seguro, de acolhimento, sem julgamentos.

Na faculdade aprendemos o quanto é importante deixarmos de lado nossa subjetividade, para o atendimento do outro e quando isso não for possível devemos encaminha-lo a outro profissional que o possa atender e compreender.

Eis então o motivo pelo qual a psicologia preta é tão importante.

Lucas sabe que um psicólogo preto entende bem as dores do seu paciente e seu curso Introdução a psicologia Preta é direcionado ao profissional negro, mas também é aberto a profissionais brancos que buscam pela formação, para que possam se sensibilizar com o tema.

O curso Introdução a Psicologia Preta, já foi ministrado em 7 estados para mais de 500 alunos. Além do curso, Lucas também promove formação para profissionais que atuam no SUS, para que o sofrimento de psíquico de pessoas negras em situação de vulnerabilidade não seja mais negligenciado, além de realizar atendimentos individuais e em grupos, bem como oferece supervisão clinico-institucional a outros profissionais.

Se você gostou de saber que há uma psicologia voltada para o povo preto, deveria dar uma esticada na leitura e conferir os artigos publicados por Lucas.

– “Qual a cor da Psicologia no Brasil? ”  (Jornal do Brasil);

– “As diásporas da bixa preta: sobre ser negro e gay no Brasil” (Revista Tabuleiro de Letras, UNEB);

– “Descolonizando a Psicologia: notas para uma Psicologia Preta”  (Fractal: Revista de Psicologia).

 

Instagram: @veigalucas_

Site: descolonizando.com

Deixe um comentário